Attr. Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1751-1828) Diogenes searches for an honest man'

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Para que as palavras?

Para que as palavras agora?
Se elas mal podem ser ditas lucidamente.
São sentimentos, são emoções estranhas,
imprecisas...
Para que as palavras agora?
Que seriam melhores não proferidas.
Guardadas, enterradas, mas que ficam
sobrevoando na mente, implorando por voz.
Para que as palavras agora?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Atinente pensamento

- Ando desgovernada, como um astuto ser que foge constantemente de 
um fantasma que me segue sem desviar o olhar, é uma fuga certeira, das 
alucinações que permeiam minha mente.
-A incessante rotina que destrói minha alma, que me prende nesse corpo, 
que me nega liberdade.
-Estou incapaz de olhar para o céu, para o verde das folhas, tudo ofusca 
minha visão, cegueira destruidora.
-O relógio se move, segundo a segundo, que parece me sufocar, sinto o 
tempo me controlando para o inevitável desorno dos sonhos. Enquanto 
passam-se as horas, entrego minha vida, aos equívocos desfragmentados.
  Vaga no vazio, na opulenta verdade hipócrita, uma dor imortalizada.
  E a vida se comprime, com sopros de lucidez e delírio, de revolta e incapacidade.
                   

sábado, 29 de outubro de 2011

Lapso

Eu estou dentro de sua mente
e aqui faz tanto barulho
para que tantos medos?
Eu estou dentro da sua mente
para que tanta confusão,
e todas essas tristezas?
Eu estou dentro da sua mente
e depois que tudo se silencia,
resta o lapso...
Cadê? Os motivos, as razões,
os mistérios?
Cadê a vida?
Dentro dessa mente deteriorada.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Memórias

  Sentimento houve, mas ficou degradada no tempo,
transfigurado em lembranças.
Um ontem que ainda existe, antagonicamente passado
é inexistente... mas as imagens por vezes passeiam
em pensamentos, mostram-me rostos,
que se perdeu no tempo, nas horas corriqueiras...
Do que vale falar do que já foi, se não mais o é,
grande mesmo é o agora, que se esvazia segundo a segundo.
O agora que já se foi
O agora que está por vir
e ninguém sabe mais nada...

sábado, 24 de setembro de 2011

Pobre insana

  Por mais que ela se esforçasse tudo o que ela enxergava eram as pessoas,
pessoas sem face, trajadas de modos desiguais.
  Por mais que ela tentasse enxergar, o mundo parecia cada vez mais abstrato,
algo em sua vista embaçava tudo ao seu redor, não era uma simples tonteira,
era algo acontecendo dentro de si.
  As pessoas não tinham face, não tinham sorrisos, nem marcas enrugadas...
eram simples marionetes andando, parados, correndo, até mesmo rastejando.
  A voz sim existia, barulhos, eram carros passando, eram aviões, gritos, gritos
que não provinha de nada... daquelas pessoas sem face.
  E ela percebeu que também perdera a face, os sentidos, ela era como todos,
sem face, sem cor, mas voz ela tinha... Ela tentava gritar, mas sua garganta
impedia, e ela saia, perguntando o nome de qualquer um que passasse,
qualquer indicio de vida... Pobre insana, ela buscava os olhos, mas as pessoas
não tinham, não tinham nada, alem de movimentos rápidos, desviando-se da
louca que buscava, que implorava por vida.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Decifrando


Observar as atitudes que ocultam pensamentos
e ao mesmo tempo os elevam...
Eu posso ver cada emoção que te resguarda no
interior, e decifrando parte à parte
descubro seus medos, o que te faz sorrir,
e o que poderia te fazer chorar.
Onde quer que eu olhe, vejo algo teu que insiste
em me tocar, chamam sentimento,
mas não gosto da balela da palavra amor,
Não te sinto como posse, nem como se necessitasse
de ti, te sinto unicamente como pessoa, que eu posso decifrar
a cada troca de olhar.

sábado, 13 de agosto de 2011

Existem

Por que existem dias
que são simplesmente para serem vividos
sem regras ou leis,
sem a preocupação do que acontecera amanhã
e das infelicidades de ontem
Por que existem dias que a má fé não atinge,
nem os egoísmo, nem excentricidades.
Por que existem dias,
que o importante é sentir, sonhar, amar.
E são nesses dias,
que os dias deixam de existir,
para nós existirmos.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Verdades

Quais verdades encontrar em corpos, mentes, que supostamente deveriam
agir com racionalidade, mas elevados de emoções, por ora destruidoras ora
ilusórias, subalterna felicidade. Que indício de confiança há em pessoas que
se encontram escassos de verdadeiros sentimentos, afinal, encontrar a verdade
que se esconde em trajes feitos de mentira, por todos valores morais, éticos
que os educaram a ter, é uma missão e tanto.
Quais os seres humanos capazes de se despir de todas as irrelevantes práticas,
rotinhas da vida, pra encontrar-se verdadeiramente em seu íntimo, pessoal...
Existe alguém capaz, de se olhar sem meras superficialidades e confiar, crer em que vê?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Complexo


Enquanto as coisas correm em seu devido tempo,
Complexos sentimentos agem dentro de mim
com ou sem senso.
Enquanto o horizonte me dá a sensação de que
posso voar, a mesma vida cotidiana me prende
a este mundo fechado... sem esperanças.
Enquanto ouço os sons que compõem
a paisagem a fora, ao mesmo tempo estou
surda, cega e muda.
Enquanto quero descobrir, algo ainda me prende.
Não sei, como parece ninguém saber. São apenas
passos atrás do outro, inventando o dia a dia.
o ontem o hoje... e o nunca mais

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sou


Sou um pouco de tudo
um pouco de quem me fez
de tudo que vivi
Sou um pouco do que aprendi
das manias que criei
Sou um pouco
de saudades e tristezas
que já se dissiparam
em alegrias e exageros
Sou um amigo que se foi
um amor que deixei por ir
Sou os erros que cometi
e os acertos que nasceram deles
Sou uma incógnita
da vida e de seus mistérios
Sou o que sou
Por que aceitei em ser assim.

Diógenes de Sínope


Um filósofo que admiro, Diógenes, levando o pensamento cínico ao extremo, vivia a desprezar qualquer idéia e costumes sociais, vivendo em uma abstinência material.
Diz-se que, Alexandre da Macedônia, o grande imperador da antiguidade, ao encontrá-lo lhe teria perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à posição em que se encontrava Alexandre, fazia-lhe sombra. Diógenes, então olhando para o sol afirmou: "Não me tires o que não me podes dar!".

Talvez hoje, eu o considere um apelo, para uma sociedade que supostamente desenvolveu-se, e por vida em vida, noto a ausência de valores, de condições que considero que deveriam ser fundamentalmente humana, como carinho, amor...
Em troca de dinheiro, ou qualquer outra coisa que o distraia.
Queria eu que como Diógenes, andasse por ai, com uma lamparina procurando pessoas honestas, mas a maldade humana não nos permite nem uma caminhada em sossego.